Persona

RH: você busca por profissionais ativos ou passivos?

Está cada vez mais difícil contratar profissionais de alto desempenho. Entenda esse cenário muito comum para quem trabalha com recrutamento.

Por Cezar Antonio Tegon

Para estabelecer estratégias eficazes de recrutamento em um mercado cada vez mais competitivo é preciso, antes de tudo, entender os perfis dos candidatos que estão no mercado e, assim, inovar as estratégias para atrair o perfil desejado para sua vaga. Podemos dividir estes perfis em quatro grupos diferentes, usando como critério a relação estabelecida com as oportunidades de emprego.

Os ativos são aqueles que precisam de um emprego e estão em busca de oportunidades. Esta parcela representa de 10% a 15% dos profissionais e não reúne os melhores profissionais do mercado, por serem inexperientes ou terem pouco conhecimento da área em que atuam.

Já os semi-ativos estão empregados, mas não totalmente satisfeitos com seu trabalho. Verificam raramente as oportunidades e, geralmente, em momentos difíceis e estressantes. Utilizam as mesmas técnicas dos candidatos ativos, mas se diferem pelo olhar mais exigente que adotam em relação às vagas. Representam de 30% a 40% dos trabalhadores e esta parcela concentra profissionais bons e experientes.

Profissionais empregados e satisfeitos com seu trabalho podem ser chamados de semi-passivos. Existem muitas pessoas boas e experientes neste grupo e o nível de qualidade e maturidade é alto. Mas mesmo satisfeitos, não deixam de se interessar por boas oportunidades. No entanto, qualquer deslize por parte do recrutador durante o processo de recrutamento e seleção pode fazê-los desistir da vaga. Esse grupo representa de 20% a 30% dos trabalhadores.

Por fim, temos os passivos. Para este grupo, as empresas que querem contratar terão um desafio maior, pois são aqueles profissionais que estão muito satisfeitos com o emprego que têm. Por isso é difícil atrair esse profissional sem que haja um esforço e uma excelente estratégia por parte da empresa contratante. Esse grupo é mais confiante, experiente e agrega profissionais preparados para a função. Representam cerca de 20% dos profissionais no mercado de trabalho

Estratégias Inovadoras

Diante deste panorama, fica claro que diferentes estratégias de recrutamento devem ser adotadas para atrair e contratar os candidatos, conforme as características individuais.
Uma vez que a meta de toda empresa é a busca pela eficiência, a missão de todo departamento de recrutamento deve ser a de pesquisar, encontrar e contratar candidatos melhor qualificados, com o menor custo possível e no menor período de tempo.

No entanto, para o empregador não errar, é necessário que seu esforço esteja voltado para o grupo dos passivos, pois desempenham o trabalho com mais assertividade, são reconhecidos por seu alto desempenho e garantem os melhores resultados para a empresa. Por isso, não conte com a sorte na hora de buscar um profissional qualificado e crie estratégias inovadoras.

No Brasil, o mercado de recrutamento e seleção enfrenta uma situação nova que passou a ser um problema para as empresas que ainda agem e trabalham como se no país houvesse abundância de mão de obra qualificada, antes propiciada por décadas de recessão e nas quais a taxa de desemprego pairava na casa de 25% a 30%. Naquela época, por questões óbvias, as pessoas estavam ávidas por uma oportunidade de emprego e as empregadas temiam ser demitidas.

A realidade atual desse mercado é completamente diferente e, mesmo assim, as empresas mantêm-se com a mesma filosofia ultrapassada de esperar que um bom profissional as procure e não o contrário.

Por esta razão, precisamos de uma transformação nos departamentos de recrutamento em termos de estratégias de trabalho, que devem ganhar novas competências e empregar técnicas inovadoras para atuar em um mercado aquecido e hipercompetitivo.

Com o propósito de analisar o mercado, cada vez mais concorrido, a empresa norte-americana Job Smart Recruiting, especializada no assunto, realizou uma pesquisa nos EUA, em 2011, com cerca de 100 gestores de recursos humanos das empresas que compõe a lista das 1.000 Maiores Empresas da revista Fortune. Os dados da pesquisa revelam que 75% do tempo e esforço desses gestores estão concentrados na busca de candidatos ativos.

E esse é um processo comum ao Brasil também. A maioria das empresas projeta suas ações – pesquisa e contratação, em torno das necessidades dos candidatos ativos. Desta forma, se sua empresa não está encontrando muitos candidatos talentosos, provavelmente esta é a razão.

É claro: as organizações não precisam apenas de profissionais excelentes e de alto desempenho. No entanto, em um mercado com forte escassez de mão de obra qualificada e caminhando rapidamente para o chamado emprego pleno, as empresas terão que se preparar e pensar em como contratar os melhores profissionais, pois os candidatos estão menos receptivos às propostas medíocres de emprego.

Proponho aos recrutadores duas perguntas: sua empresa está pronta para contratar candidatos passivos? Sua equipe está qualificada para liderar esta ação?

O ponto que merece atenção e reflexão é: para contratar candidatos passivos, é necessário que existam recursos adicionais, descrições de competências por cargo, formação e compromisso dos recrutadores e muito esforço e empenho dos líderes da empresa, só assim será possível escolher qual estratégia é a ideal para contratar os candidatos de alto desempenho

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